Archive for the ‘Caos’ Category

Luta segue noite adentro em Gaza; aumenta número de mortos

Soldados israelenses com apoio da artilharia aérea disputavam território nesta segunda-feira, 5, com combatentes do Hamas dentro da Faixa de Gaza, apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo.

Segundo oficiais da ONU e autoridades da saúde de Gaza, mais de 550 palestinos morreram e cerca de 2,5 mil ficaram feridos desde o início da ofensiva israelense, há dez dias, que já vitimou mais de 200 civis. Em discurso em uma rádio nesta noite, Abu Ubaida, porta-voz militar do Hamas, conclamou os combatentes a lutarem “em cada rua, em cada beco” e ameaçou disparar ainda mais foguetes contra Israel.

Os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, que foi ao Oriente Médio tentar mediar a crise, e dos EUA, George W. Bush, a 15 dias do fim de seu mandato, fizeram um apelo por um cessar-fogo. Mas as discordâncias sobre quem vai parar de atirar primeiro e quais seriam os termos da trégua tornam essa hipótese remota.

AP

Cidade de Gaza é atacada por Israel durante a noite. Foto: AP

Falta comida, água e energia em Gaza. Entre as vítimas desta segunda-feira estão 13 integrantes de uma família palestina cuja casa, num campo de refugiados, foi atingida num bombardeio, segundo fontes médicas.

Cinco das oito linhas que fornecem eletricidade à faixa vindo de Israel e do Egito foram destruídas pelos ataques israelenses, que também inutilizaram a única central elétrica desse território palestino, o que lhe deixou sem 75% da provisão de energia que precisa. Além disso, a grande maioria de poços funciona com bombas a motor, e por isso sem eletricidade não há água.

O Exército de Israel disse já ter matado dezenas de combatentes do Hamas desde o início da incursão terrestre, no sábado, depois de uma semana de bombardeios por mar e ar. Israel lançou a ofensiva depois do fim de uma trégua de seis meses, em dezembro, quando o Hamas intensificou o uso de foguetes em resposta contra as ações militares e o bloqueio ao território, que esteve sob ocupação israelense entre 1967 e 2005.

Os combates desta segunda-feira entraram pela noite. Militantes usam morteiros, granadas e minas, e tentam atrair os soldados para áreas densamente urbanizadas, segundo testemunhas. A Força Aérea de Israel bombardeou dezenas de alvos, inclusive casas de membros do Hamas usadas como depósitos de armas.

Ao anoitecer, os soldados tentavam capturar um morro com vista para a cidade de Jabaliya e um campo de refugiados, mas enfrentavam a forte resistência dos combatentes islâmicos, segundo testemunhas. Israel concentrava sua artilharia e sua aviação nessa área.

O avanço militar de Israel na Faixa de Gaza, que tem 40 quilômetros de comprimento, separou o território. A Cidade de Gaza está sob cerco. A divisão da faixa em três partes sem comunicação pelas forças invasoras israelenses faz com seja “extremamente perigosa” a passagem de um lado a outro, o que dificulta o trabalho das agências humanitárias, incapazes de chegar aos mais de um milhão de pessoas que dependem delas para sobreviver.

Não há também sacos de cadáveres para todas as vítimas do conflito. Israel deixou passar nesta segunda um caminhão com ajuda humanitária e 200 mil litros de combustível, mas o fornecimento não chegou ao outro lado em função dos incessantes ataques do Exército israelense.

O ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, disse que a operação ainda pode ficar mais difícil. De acordo com ele, o Hamas sofreu um golpe, “mas não podemos dizer que sua capacidade de combate tenha sido afetada”. “O Hamas não buscou o confronto direto com as nossas forças e quer atraí-las para áreas urbanas. Há momentos difíceis pela frente nesta operação, e o principal teste ainda pode estar por vir.”

A chanceler de Israel, Tzipi Livni, rejeitou as propostas européias para o envio de observadores internacionais à Faixa de Gaza, e sugeriu o envio de equipes que ajudem a localizar e lacrar túneis que possam ser usados pelo Hamas para o contrabando de armas. Na ONU, países árabes estão redigindo uma resolução – com poucas perspectivas de aprovação – que exige um fim imediato à “agressão israelense.”

Homem é morto em BH por pisar no pé de PM

Familiares, amigos e vizinhos de Cláudio Eustáquio protestaram contra o crime e pediram justiça

Familiares, amigos e vizinhos de Cláudio Eustáquio protestaram contra o crime e pediram justiça

Pedro Rocha Franco para o Estado de Minas

O assassinato do mecânico Cláudio Eustáquio da Silva, de 39 anos, que segundo testemunhas levou um tiro na barriga por ter pisado no pé de um sargento da Polícia Militar, revoltou parentes e vizinhos dele na Vila São José, na Região Noroeste de Belo Horizonte. Domingo, durante o sepultamento no Cemitério da Paz, houve protesto. O crime foi às 16h47 de sábado, em um bar da Praça São Vicente com Avenida Ivaí, no Bairro Padre Eustáquio, na mesma região. A primeira versão da PM é de que a vítima tentou assaltar o cabo Ednaldo Nogueira Borges, de 35 anos, que estava em companhia de um sargento, cujo nome não foi divulgado. Borges teria reagido, sacado a arma e atirado. Os militares trabalham no 34º Batalhão da PM e estavam à paisana no bar, bebendo e comendo feijão tropeiro. A própria PM assumiu as investigações do homicídio.

De acordo com uma vizinha da vítima, que pediu para não ser identificada temendo represália, o mecânico era honesto, trabalhador e tinha passado no bar para tomar uma cerveja, depois de receber seu 13º salário. “Era a pessoa mais honesta do mundo, de uma dignidade surpreendente, casado e com dois filhos”, lamentou. Segundo ela, Cláudio comentou com os amigos que ia sair para apostar no jogo do bicho e pisou no pé do policial sem querer. “Ele pediu desculpas, mas o sargento não aceitou. Eles discutiram e o cabo sacou a arma e atirou”, disse a vizinha, que junto a outros moradores fez faixas e cartazes de protesto. Cláudio chegou a ser socorrido no Hospital Alberto Cavalcante e transferido para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), mas não resistiu ao ferimento e morreu.

O comandante do 34º Batalhão da PM, tenente-coronel Cícero Nunes Moreira, disse que o cabo Ednaldo Borges foi preso em flagrante e está recolhido na própria unidade onde trabalha. Para o tenente-coronel, o militar contou que o mecânico entrou no bar meio transtornado e pisou no pé do sargento. “O sargento achou que fosse uma brincadeira e falou alguma coisa com o rapaz, que saiu e voltou logo em seguida, dando uma trombada no sargento e agarrando-o pelo pescoço. O cabo se identificou como policial e mandou o sujeito parar. O homem, que era muito forte e tinha cerca de 1,90m de altura, viu a arma na cintura no cabo e tentou tomá-la. Os dois brigaram pela posse da arma, que disparou acidentalmente”, disse o comandante. O cabo arrolou o sargento e outras duas pessoas do bar como testemunhas, segundo Cícero Nunes.

Ainda de acordo com o tenente-coronel, o mecânico conseguiu sair do bar e caiu na rua, sendo socorrido pelos próprios PMs, que pediram uma ambulância. “O sargento tentou reanimar o mecânico, fazendo massagens cardíacas”, disse o comandante, ressaltando que foi feito o auto de prisão em flagrante e encaminhado à Justiça Militar. A arma, que pertence à corporação, foi apreendida. O cabo, segundo Cícero Gomes, foi submetido a exames toxicológico, de corpo de delito e residuográfico, para detectar presença de pólvora nas mãos. “Ednaldo reagiu em defesa do colega. Ele mesmo declara que o tiro foi acidental”, disse Cícero. 
 
Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

Destaque do Dia: RBS TV flagra furto de donativos em Blumenau

 

Imagens feitas com microcâmera mostram soldados do Exército levando produtos em mochilas

Imagens feitas com microcâmera mostram soldados do Exército levando produtos em mochilas

 Uma reportagem veiculada pela RBS TV na noite deste domingo mostrou voluntários e soldados do Exército que trabalham na Vila Germânica, em Blumenau, no Vale do Itajaí, furtando roupas e mantimentos doados para às vítimas da enchente que atingiu Santa Catarina. As imagens mostraram pessoas saindo com o carro cheio de donativos.Os furtos ocorreram no Pavilhão 1 do Parque Vila Germânica, que é administrado pelo governo catarinense. O local funciona como uma central de triagem de produtos doados do Brasil inteiro.

Havia duas maneira de levar o material destinado aos flagelados das cheias. A primeira ocorria logo que os caminhões chegavam com os donativos. Os soldados descarregavam os produtos e empurravam para um monte. Outro grupo experimentava o material e, se servisse, colocava dentro de mochilas. Em seguida, saíam normalmente com mochilas cheias.

A reportagem gravou o seguinte diálogo entre os soldados:

— O que tu vai fazer com esse sutiã aí, véio? — pergunta um deles.

— Vou levar pra minha mãe. Esse eu peguei pra minha namorada — responde o colega.

O grupo aparece pegando roupas, tênis e outros objetos. Cada um sai com pelo menos duas mochilas cheias. O outro grupo que furtava os donativos eram os voluntários e os conhecidos deles. Eles chegavam de carro e selecionavam o que agradava.

As imagens mostraram uma mulher empurrando um carrinho de supermercados até o automóvel. Enquanto ela descarregava os produtos no porta-malas, o marido chegava com mais mantimentos.

As imagens foram feitas com uma microcâmera na última sexta-feira pelo cinegrafista Edson Silva. Somente os produtos de melhor qualidade eram desviados.

“Estarrecedoras”
O tenente-coronel Edson Rosti, comandante do 23º Batalhão da Infantaria (BI), classificou as imagens como “estarrecedoras” e afirmou que não deixam dúvidas do que aconteceu. Ele declarou que o 23º Batalhão de Infantaria (BI) vai apurar e o relatório será apresentado em 20 dias. Um inquérito policial militar deve ser instaurado.

O secretário de Desenvolvimento Regional de Blumenau, Paulo França, disse que vai mudar a estrutura de trabalho do pavilhão 1 da Vila Germânica para evitar os furtos. Ele falou que, se for preciso, vai contratar pessoas para fazer o serviço.

Para ver a reportagem que foi ao ar clique aqui.

Vi no site do jornal Zero Hora

Chuva alaga e faz pelo menos 2 mortos em BH

 


A forte chuva que atingiu a Região Metropolitana de Belo Horizonte entre a noite de domingo e a manhã de ontem deixou pelo menos duas vítimas – as primeiras em decorrência das águas deste período. Pelo menos mais uma morte pode estar ligada à precipitação, que deixou o trânsito travado nas principais vias da RMBH. O Ribeirão do Onça subiu em vários trechos, e invadiu as casas no Bairro São Tomaz, Noroeste de BH. Além dos engarrafamentos, a chuva também trouxe problemas para quem queria chegar ou sair da capital de avião.

Em Confins, dos 72 vôos programados, 47 (63,3%) tiveram atrasos de mais de uma hora, e 18 (25%) foram cancelados. Na Pampulha, dos 27 previstos, 18 (25%) tiveram atrasos e seis (22%) foram cancelados. Entre os principais pontos de engarrafamento do cidade está a Avenida Cristiano Machado, inaugurada na semana passada, onde vários pontos de inundação colaboraram para um verdadeiro nó no trânsito.

A previsão é de mais chuvas para RMBH e grande parte do Estado até amanhã. De acordo com o Inmet, só entre a noite de sexta-feira e ontem foram registrados 120 milímetros, a metade do esperado para todo o mês. Há 20 anos a capital não via tanto volume de água em tão pouco tempo.

Fontes: Estado de Minas e Hoje em Dia

Fotos: Euler Júnior/EM/D.A Press / Renato Weil/EM/D.A Press

Lá vem a crise…

crise

Para os otimistas de plantão as notícias ontem foram as piores. Nunca vi tanto prenúncio de desastre e mau agouro para a economia juntos. Pelo jeito lá a crise se instalou forte em SP e BA que decidiram prorrogar o pagamento do ICMS. Em SP, José Serra (PSDB) prorrogou o pagamento de 50% do ICMS referente a dezembro. Na Bahia de Jaques Wagner (PT) o governo anunciou que vai parcelar o ICMS em 04 vezes.

No RJ as montadoras e a CSN anunciam férias coletivas de 18 mil funcionários. As montadoras tais como, Volks, Peugeot, Citroën e as empresas CSN e Michelin, elevaram em 30% o número de funcionários em férias coletivas.

Os números do mercado automobilístico referentes a novembro, que devem ser divulgados no começo de dezembro, podem assustar até os mais pessimistas. As vendas no país apresentaram queda de aproximadamente 30% e devem fechar o mês com um total de 170 000 unidades emplacadas. Em outubro, que já apresentou desaceleração. A GM, que enfrenta a pior crise de sua história nos Estados Unidos, foi a montadora que mais perdeu mercado.

Para piorar o mercado divulgou-se também que há pouco mais de três meses as transportadoras rodoviárias faziam fila na porta das montadoras para aumentar sua frota e atender o mercado. A demanda era tão forte que algumas empresas de transporte chegavam a recusar clientes e escolher as cargas mais rentáveis. A crise mudou completamente esse quadro. Hoje, parte da capacidade instalada está ociosa, os planos de investimentos estão sendo revistos e já há pressão para reduzir o preço do frete.

Minas Gerais, estado que concentra cerca de 70% da produção nacional de gusa, foi o mais atingido pela retração do mercado ferro-gusa provocada principalmente pela queda na demanda internacional. Só em Sete Lagoas – município que concentra a maior produção de ferro-gusa da América Latina, com 22 empresas instaladas -, 2,3 mil trabalhadores foram demitidos, ou mais de 40% dos 5,5 mil empregados, diretos e indiretos, das fábricas. Na semana passada, o diretor da mineradora MMX afirmou que nada menos que 103 dos 161 fornos de ferro-gusa existentes no Brasil estavam parados.

Se foram notícias ruins para o país da “marolinha” do presidente Lula, imagina para o mundo. O relatório elaborado e distribuído entre os 375 maiores bancos de 70 países que integram o Instituto de Finanças Internacionais prevê queda de 3,5% no PIB dos EUA e de pelo menos 1,5% no crescimento de Europa e Japão no último trimestre deste ano. o relatório prevê que o Mundo terá o pior trimestre desde 80.

Setores em crise já afetam municípios mineiros

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Marta Vieira para O Estado de Minas 

Redução da produção e do transporte, férias coletivas e demissões começam a mudar o dia-a-dia de cidades que dependem da indústria como âncora da economia nas regiões Central e Oeste de Minas Gerais. Nos bairros tipicamente operários de Interlagos e Luxemburgo, em Sete Lagoas, a 70 quilômetros de Belo Horizonte, metalúrgicos dispensados por empresas de ferro-gusa (matéria-prima do aço) fazem bico na construção civil ou saem para trabalhar nas lavouras dos municípios vizinhos de Funilândia e Baldim. Placas afixadas às portas de transportadoras avisam que não há vagas para motoristas. Caminhões e carretas estacionados nos pátios são vistos também em Itaúna, distante 85 quilômetros da capital mineira, com a queda da movimentação de insumos e produtos dos setores siderúrgico e de mineração.

Demitido em novembro, num grupo de 180 trabalhadores da indústria do gusa, Arnaldo Garcia havia completado 17 anos de experiência no setor. Desde então, faz trabalhos sem vínculo empregatício como pedreiro para garantir o sustento de quatro filhos, mesma decisão tomada por amigos e colegas, alguns deles forçados a aceitar ofertas de trabalho em fazendas da região. “Já vivemos outras crises , mas esta está mais forte”, diz. Com base no ritmo de homologações de rescisões de contratos de trabalho no sindicato local dos metalúrgicos, o presidente da entidade, Ernane Geraldo Dias, estima em 2,2 mil os empregos cortados nos últimos dois meses em 20 empresas produtoras de gusa. Outros 3,2 mil trabalhadores do setor automotivo estarão em férias ou cumprindo folgas até meados de janeiro.

A situação difícil para as famílias dos metalúrgicos mostra os primeiros reflexos no comércio. As vendas com cartões de crédito recuaram no supermercado Varejão RR, instalado no Bairro Interlagos, indício de que o consumo estaria migrando para o pagamento à vista, avalia o gerente comercial, Edgar Júnior Silva. “Pode ser um sinal de cautela do consumidor para não se endividar”, afirma. A tendência é de que a empresa invista mais nas promoções de preços, diante de um faturamento ancorado em 40% de pagamentos à vista. “Nesta hora de dificuldades, mais que em qualquer outro momento, as pessoas vão buscar as ofertas”, diz Silva.

Há 40 anos no ramo do transporte de carga, a Empreendimentos Rodeiro registrou queda de 50% dos negócios no mês passado. O diretor-presidente da transportadora, Lincoln Lino da Costa, trabalha com a perspectiva de nova redução do faturamento em pelo menos mais 15%, com o encolhimento das atividades de grandes indústrias da mineração e da siderurgia que atende, a exemplo da Votorantim Metais e grupos ArcelorMittal e Gerdau. “Todos os clientes já pediram desconto de 10% nos preços do frete”, conta. Para Costa, as medidas de liberação de crédito adotadas pelo governo não surtiram efeito sobre o setor de transporte de carga. “O que precisamos é redução dos preços dos combustíveis, coerente com a queda das cotações do petróleo, e prazos com carência maior para o pagamento de empréstimos”, afirma. O setor de transporte foi colhido pela crise, depois de um período de seis meses marcados por investimentos.

Conforme recente levantamento divulgado pelo Sindicato da Indústria do Ferro de Minas Gerais (Sindifer), o ritmo da produção histórica das empresas, de 5 milhões de toneladas anuais, já diminuiu 40% e não há contratos negociados para janeiro a março. O setor, que se viu obrigado a abafar 70% de seus fornos no estado, trabalha, em média, com 90 dias de programação de pedidos. 
 
Foto: Nando Oliveira – Esp. EM – D. A Press

Tragédia em Santa Catarina: Sobe para 116 o número de mortos no estado

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A Defesa Civil de santa Catarina confirmou na noite desta segunda-feira a morte de mais duas pessoas no município de Luiz Alves, elevando o número total de vítimas fatais das enchentes para 116. Ainda de acordo com boletim da Defesa, o número de desalojados e desabrigados chega a 78.707, sendo 27.410 desabrigados e 51.297 desalojados. Ainda há 31 desaparecidos.

As duas vítimas são Felipe Soplisk, de 7 anos, que havia sumido no domingo, após um deslizamento, e Licia Luciane, de 66 anos, também atingida por um deslizamento no sábado, no morro do Serafim. O marido dela, Valmor Luciane, de 70 anos, está desaparecido.

O hospital de campanha montado pela Força Aérea Brasileira (FAB) perto da cidade de Itajaí começou a receber nesta segunda as vítimas das enchentes. O hospital, no cruzamento da Rodovia Jorge Lacerda com a BR 101, tem capacidade para atender 400 pessoas em cinco especialidades: pediatria, ginecologia, ortopedia, clínica e odontologia. A unidade espera receber pacientes das cidades de Itajaí, Ilhota, Navegantes e Gaspar. Mas nesta segunda-feira atendeu apenas 85 pessoas.

Leptospirose
A Secretaria estadual de Saúde de Santa Catarina começou a contabilizar as suspeitas de doenças infecciosas. Até o momento, já foram registrados 20 casos suspeitos de leptospirose. “A nossa prioridade nos próximos 15 dias será identificar os casos suspeitos e iniciar imediatamente o tratamento”, diz o diretor de Vigilância Epidemiológica do Estado de Santa Catarina, Luís Antonio Silva.

De acordo com Silva, o conceito de ‘caso suspeito’ foi ampliado para que os médicos possam evitar a propagação da doença e possam também incluir um número maior de pessoas no programa de tratamento preventivo. “Basta que um paciente apresente febre, cefaléia ou mialgia e tenha tido contato com as águas da enchente para que seja imediatamente colocado em tratamento”, explica Silva.

Dengue 
O combate à dengue será outra etapa nesse pós-enchente. Conforme Silva, possíveis surtos da doença poderão surgir em lugares onde ficar água parada e entulhos – abrigo para o mosquito transmissor. As doenças mais comuns que podem se proliferar em situações após grandes enchente são: infecção por rotavírus, hepatite A, febre tifóide, salmonelose, shigelose, amebíase, leptospirose e poliomielite.

As autoridades sanitárias locais também alertam a população para os riscos de acidentes com cobras, escorpiões, lagartas e aranhas. Em caso de suspeita de picada a orientação é ligar imediatamente para o serviço de vigilância sanitária do estado (0800 – 6435252).

Telefones úteis

Polícia Militar: 190
Corpo de Bombeiros: 193
Defesa Civil Estadual: (48) 3244-0600
Defesa Civil Municipal: 199
Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc): 0800-480196
Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan): 0800-6430195
Polícia Rodoviária Federal: 191
Polícia Rodoviária Estadual: 198
Consultas sobre as contas bancárias para doações: 0800-482020
Casos de picadas por animais e insetos venenosos e envenenamentos em geral: 0800–6435252 Plantão 24 horas
Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde:
(48) 3251-7891, 3251-7965, 3251-7892, 3251-7962 – das 13 às 19h.
Ouvidoria da Saúde: 0800-482800 – das 7 às 19h.
Dúvidas sobre leptospirose ou dengue:(48) 3221-8454, das 13 às 19h.
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU): 192

União usou só 13% para prevenir tragédias como de SC

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O governo federal só executou até agora 13% do orçamento previsto para prevenção e preparação para desastres. Os dados estão no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) acessados pela Agência Brasil e pelo site Contas Abertas. Os números mostram que do total de R$ 372,9 milhões destinados a prevenção e preparação para desastres foram empenhados R$ 184,6 milhões e executados quase R$ 49 milhões. Parte disso, R$ 2,4 milhões, foi para o Estado de Santa Catarina.

Em suma, o governo federal repassou, em 2008, R$ 2,4 milhões para serem usados em obras preventivas, como contenção de encostas e canalização de córregos, para o Estado, enquanto mais de R$ 7,4 milhões, por exemplo, foram encaminhados por meio do programa de “resposta aos desastres” – o triplo de recursos para remediar, e não prevenir. Isso sem considerar os mais de R$ 1 bilhão liberados na quarta-feira por medida provisória.

No ano passado, a distorção entre o orçamento nacional desses programas se repetiu. Somente R$ 53,5 milhões foram gastos de uma dotação autorizada de R$ 262,9 milhões com a prevenção (20% do total previsto). Já a resposta aos desastres levou ao desembolso de mais de R$ 347 milhões de uma verba autorizada de R$ 554,3 milhões (63%). Em resumo, o valor aplicado nas ações pós-chuvas foi seis vezes superior aos repasses para ações de Defesa Civil. Procurado ontem, o governo não se pronunciou.

Fonte: Agência Estado / Foto: James Tavares/SECOM/AFP

Quem estiver buscando informações das vítimas da tragédia em Santa Catarina pode acessar a lista dos desabrigados no site:

http://desabrigadositajai.wordpress.com/

No caso de ajuda em dinheiro use uma das contas abaixo.

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Número de mortes por causa da chuva em Santa Catarina atinge 84

O número de mortos por causa da chuva em Santa Catarina já chega a 84. Mais três corpos foram encontrados na tarde desta terça-feira em Ilhota, no Vale do Itajaí . Outros sete corpos foram encontrados na tarde desta terça em Blumenau. A Defesa Civil havia informado que os mortos em Gaspar eram 17, mas corrigiu o número para 15.

A Defesa Civil não soube informar se os mortos em Blumenau e Ilhota foram vítimas de deslizamentos de terra ou alagamentos.

Sob os escombros de uma casa destruída por deslizamento de terra na localidade de Sertão Verde, no município de Gaspar,  já haviam sido encontrados três corpos de pessoas de uma mesma família por volta das 14h30min desta terça-feira.

Débora Mendonça, 26 anos, a filha Ester, três anos, e a sobrinha Jéssica, 15 anos, estavam em uma residência que foi invadida pelo barro na tarde de domingo. Há a suspeita de que outras quatro pessoas da mesma família também estejam soterradas.

O corpo de um homem foi encontrado no início da tarde desta terça-feira pelas equipes de resgate sob a terra que deslizou no domingo na SC-401, rodovia que liga o Centro ao Norte da Ilha de Santa Catarina.

A família de Ricardo Dias de Oliveira, de 34 anos, confirmou que o corpo é dele. Oliveira era o motorista de um caminhão, com placas de Carazinho (RS), que foi soterrado.

O corpo de uma mulher de 76 anos foi encontrado pouco depois do meio-dia desta terça-feira em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis. Maria das Neves Coelho Laurentino estava numa loja de aluguel de roupas, na Estrada Geral de São Pedro de Alcântara, soterrada por um deslizamento de terra por volta das 10h. As equipes de resgate levaram mais de duas horas para chegar ao local onde estava o corpo.

A Defesa Civil de Santa Catarina informou na manhã desta terça-feira que foram registradas mais duas mortes por afogamento em Itajaí, no Litoral Norte do Estado, uma das cidades mais atingidas pela cheia. Foram as duas primeiras mortes registradas em Itajaí.

Blumenau, a cidade mais destruída pelos deslizamentos e alagamentos, contabiliza 20 mortes. Ilhota, no Vale do Itajaí, aparece em segundo lugar, com 15 falecimentos.

Oito municípios estão isolados: São Bonifácio, Luiz Alves, São João Batista, Rio dos Cedros, Garuva, Pomerode, Itapoá e Benedito Novo.

De acordo com a Epagri, nos próximos dias deve continuar chovendo, mas com menos intensidade.

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Fonte e Fotos: SOS SC

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63 mortes por causa das chuvas em SC e 8 municípios estão isolados

O governo de Santa Catarina continua a contabilizar mortos devido à chuva que atinge o Estado. Segundo a Defesa Civil, já foram confirmadas 63 mortes no Estado, sendo 13 em Blumenau, quatro em Luiz Alves, dez em Jaraguá do Sul, 15 em Ilhota, duas em Rancho Queimados, dez em Gaspar, quatro em Rodeio, duas em Benedito Novo e as outras três foram registradas nas cidades de Pomerode, Brusque e Bom Jardim da Serra. Uma pessoa também morreu em Guaratuba, cidade do Paraná.

Agora, oito municípios estão isolados – São Bonifácio, Luiz Alves, São João Batista, Rio dos Cedros, Garuva, Pomerode, Itapoa e Benedito Novo. A Defesa Civil estima que a ajuda às comunidades isoladas pode demorar um dia para chegar.

O órgão registra 43.104 desalojados e desabrigados, sendo 28.543 desalojados (os que podem contar com ajuda de vizinhos e familiares) e 14.561 desabrigados (pessoas que precisam dos abrigos públicos). Cerca de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas.

Aproximadamente 160 mil pessoas estão sem luz e outras seis cidades estão sem abastecimento de água. De acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, as chuvas devem continuar até esta quarta (26). Para o coordenador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), o fenômeno das chuvas em SC “é anômalo, mas natural”.

Calamidade pública
Os municípios de Gaspar e Rio dos Cedros decretaram estado de calamidade pública. Blumenau, Brusque, Ilhota e Tijuca também já comfirmaram que vão decretar calamidade. Boletim informa que o nível do Rio Itajaí-Açu atingiu a marca de 9,5 metros às 15h, no centro de Blumenau. Chuva dificulta tráfego

Segundo a Defesa Civil, em Balneário Camboriú, o hospital Santa Inês foi atingido por um desmoronamento de barranco. Os pacientes foram removidos para outros setores do próprio hospital, que não recebe mais pessoas. Em Ilhota são 2.000 estão desabrigados e 25 mil pessoas afetadas.

Joinville conta 500 mil pessoas afetadas e 1.000 residências danificadas. Em Brusque, 100 casas foram interditadas por deslizamentos. Em Itajaí, deslizamentos, alagamentos e malha viária danificada deixam 1.200 desabrigados e 2.000 desalojados. O secretário da Infra-Estrutura de Santa Catarina, Romualdo Theophanes França, informou que as chuvas irão atrasar obras do PAC no Estado. Cidades mais atingidas pelas chuvas em Santa Catarina
 
O gerente de Operações da Defesa Civil, major Emerson Neri, acredita que a situação deve piorar nos próximos dias porque as chuvas vão continuar. “Está chovendo ininterruptamente há quase dois meses e, infelizmente, a expectativa da meteorologia é de que o clima não mude nos próximos dias. Praticamente todos os municípios do litoral, de norte a sul, foram afetados. E ainda não temos informações consolidadas de todas as cidades”, afirmou.

Diversos trechos de rodovias estaduais e federais estão interditados por causa de deslizamentos e queda de barreiras. Ainda há risco de outros deslizamentos, por isso, a Defesa Civil orienta a população a usar seus veículos apenas em casos de emergência.

Abaixo veja o impressionante vídeo de uma casa que “desceu” o morro em função das constantes chuvas. Não tenho mais notícias sobre os moradores. Queira Deus que no momento a casa estivesse vazia.